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Dra. Flávia Abreu

Avós e netos: a importância dos idosos no desenvolvimento emocional das crianças

O encontro das duas gerações pode trazer benefícios para a saúde física e mental tanto dos idosos como das crianças.

Publicado em 26/07/2023 às 20:41
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A relação entre avós e netos costuma ser marcada por afetividade e construção de boas memórias. Afinal, os idosos tendem a ser carinhosos com as crianças ao seu redor, criando um ambiente de acolhimento. No entanto, muitas pessoas não sabem que essa ligação é ainda mais profunda do que aparenta. Ela pode trazer aprendizagem, por exemplo, pois avós e netos trocam experiências — cada um a partir da sua visão de mundo. Nesse sentido, não é incomum encontrar idosos e crianças que se tornam amigos de longas conversas. 

Na prática, o convívio da criança com os mais velhos favorece o seu amadurecimento emocional. Isso porque as pessoas mais velhas tendem a auxiliar, aconselhar e encorajar os jovens em momentos de conflito. Assim, o afeto desenvolvido nesse relacionamento influencia fortemente no desenvolvimento da autonomia, da responsabilidade e da solidariedade. Além disso, as crianças que convivem com os idosos costumam exercitar a sua capacidade de empatia. Frequentemente elas ajudam as pessoas mais velhas em suas necessidades, como pegar um copo de água ou apoiar na caminhada. O convívio com os avós também estimula a criatividade e a imaginação a partir da contação de histórias — que podem ser reais, lendas ou de um livro. Isso é importante para que a criança desenvolva a habilidade de resolução de problemas. Essas atividades com os avós também podem ajudar na aprendizagem das crianças e no interesse pelos estudos. Por fim, essa relação contribui para que o jovem se torne um adulto inovador e autônomo.

Da mesma forma que a relação entre avós e netos é benéfica à criança, ela apresenta vantagens para o idoso. O primeiro ponto positivo desse convívio é o aumento da autoestima. Isso porque, muitas vezes, a sociedade isola a pessoa mais velha do convívio social. Consequentemente, a atenção gerada pela criança pode ajudar a amenizar o estresse e prevenir a depressão — uma doença tão comum em pessoas com mais idade. Dessa maneira, é possível proporcionar maior qualidade de vida e bem-estar ao idoso. Ainda, a interação dos jovens — durante conversas, jogos ou leituras — estimula a cognição da pessoa idosa. Essas atividades ajudam a preservar as suas capacidades mentais e prevenir doenças relacionadas.


Flávia Maria Campos de Abreu CREFITO 32786-F

Doutoranda em Gerontologia na Universidade Católica de Brasília.

Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela Universidade Castelo Branco (2005).

Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Graduada em Fisioterapia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (1999).

Autora dos Livros Fisioterapia em Gerontologia Clínica (Atheneu, 2021) eFisioterapia Geriátrica (Shape, 2007).

Diretora da Geridades Serviços em Saúde e Treinamentos.

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